Eficiência Alimentar

Resultados claros

O Rancho da Matinha iniciou em 2011 as avaliações para Consumo Alimentar Residual. Além da seleção para, fertilidade, crescimento, temperamento, rendimento e terminação de carcaça, agregamos ao nosso programa de melhoramento mais esta importante característica econômica. Os testes têm sido realizados em grupos de manejo (macho-fêmeas) de animais contemporâneos, permitindo alta confiabilidade nos resultados das avaliações fenotípicas intra-rebanho, a exemplo do conjunto de características que já vem sendo trabalhadas com sucesso.

Informações relevantes:

Dados da característica

O Consumo Alimentar Residual (CAR) é uma medida de eficiência alimentar. Ele é calculado através da diferença entre o consumo real de alimento e o consumo esperado, considerando o peso vivo e o ganho diário do animal. Desta forma, animais mais eficientes consomem menos alimento que o esperado e animais menos eficientes consomem mais que o esperado.

A utilização do sistema de pesagens diárias (cocho d’água) permitiu reduzir o tempo de duração das provas para 70 dias , sendo 20 dias para adaptação e 50 dias seguintes para a efetiva medição do consumo alimentar individual.

Medição do consumo

Para medir o consumo individual de alimentos está sendo utilizado o sistema Growsafe. O sistema é composto por cochos, dotados de antena embutida capaz de detectar presença do animal, e de balança eletrônica que controla entrada e saída de alimentos. O sistema que trabalha de forma eletrônica registra simultaneamente a presença do animal no cocho e a quantidade de alimento consumida naquela visita.

Variação Genética / Herdabilidade

Em qualquer grupo de 140 touros ou mais são comumente encontrados animais que comem diariamente de 5,8 a 14 kg de matéria seca (MS). Isto indica variação na média de 34%. A herdabilidade estimada para a característica varia de 0,26 a 0,46.

Particularidades da característica

Experimentos indicam que o CAR é uma característica neutra não tendo correlação com características maternais tais como taxa de reprodução, taxa de permanência no rebanho, fertilidade e habilidade materna. Também não foram encontradas quaisquer relações com ganho em peso, ou outras características produtivas.

A neutralidade da característica sugere que a seleção da mesma deve ser feita em conjunto com outras economicamente importantes. Desta forma serão produzidos animais não apenas eficientes, mas acima de tudo mais rentáveis.

Resultados obtidos

Os resultados obtidos nas avaliações dos primeiros 2788 animais mostram significativa variabilidade genética, indicando boas possibilidades de progresso genético. Em 2014 iniciamos as medições de consumo das progênies de touros já selecionados para a característica, os resultados tem sido promissores.

Resultados nas avaliações de 2.788 animais mostram significativa variabilidade genética, indicando a viabilidade de progresso para a característica.

Variação Média dos Grupos de Eficiência Alimentar

Sexo Grupo Animais GPD IMS % Difer. G:C CAR AOL EG MARM ACAB
M Baixo 465 1.03 6.95 0.152 -0.876 66.22 4.27 2.24 4.94
M Médio 905 1.03 7.83 12.7% 0.132 0.008 65.35 4.12 2.19 4.74
M Alto 494 1.03 8.58 23.5% 0.119 0.811 64.59 4.36 2.33 4.96
Total M 1864
F Baixo 266 1.01 6.65 0.149 -1.067 73.40 10.11 3.66 10.79
F Médio 353 1.04 7.82 17.6% 0.132 0.012 73.44 9.88 3.40 10.71
F Alto 305 1.04 8.81 32.5% 0.120 0.917 73.48 9.71 3.42 10.71
Total F 924
Total 2788

Vantagens da seleção

Quando iniciamos as medições observamos que nossa geração de 2010 demandava 9,8 kg de matéria seca, para o ganho de 1 kg em peso. Recentemente, ao avaliarmos a safra de 2017, observamos que o consumo de matéria seca para o ganho de 1 kg em peso, havia caído para 7,8 kg. Essa evolução representa a possibilidade de manter mais 20% de matrizes na propriedade, sem qualquer custo adicional.

Índice Real Matinha

As medições de consumo alimentar iniciadas em 2011 abriram caminho para o cálculo das avaliações genéticas da “Eficiência alimentar”, uma das características de maior impacto econômico no negócio pecuário. Estas informações permitiram o desenvolvimento de um robusto e abrangente índice econômico de seleção. Este índice vem nos proporcionado muito maior objetividade no processo de melhoramento e seleção.

O que é Índice Real Matinha (IR$M)

Com objetivo de estimar o valor do genótipo agregado dos animais com base em suas qualificações em suas qualificações genéticas e no fluxo de caixa do sistema de produção de gado de corte do país, desenvolvemos o índice econômico “Índice Real Matinha”. O uso da palavra real no nome, além de sinalizar que não se trata de um índice arbitrário (ele é econômico), significa que sua unidade de medida é financeira, uma vez que ele é expresso em reais (R$).

Como foi desenvolvido o Índice Real Matinha (IR$M)

Nos processamentos para o desenvolvimento dos índices foram considerados valores presentes e futuros dos custos dos insumos e dos produtos comercializados no país, e as avaliações fenotípicas e genéticas preditas para os animais. No IR$MDforam utilizados os valores das DEPs calculadas pela ANCP para as características efeito materno, peso aos 210 dias, probabilidade de parto precoce e stayability. Já para o IR$MC, além das características integrantes do IR$MD foram consideradas as DEPs para as características ganho de peso pós-desmama, rendimento e terminação de carcaça e eficiência alimentar.

Quem desenvolveu o Índice Real Matina (IR$M)

Para os índices de forma segura, espelhassem as diferenças de valores econômicos dos genótipos agregados dos animais a Matinha recorreu aos sólidos conhecimentos do professor norte-americano Dr.MichaelD.MacNeil importante geneticista com viés econômico-estatístico e com vasta experiência em trabalhos semelhantes.

Composição do Índice Real Matinha (IR$M)